As notícias e informações hoje circulam como o ar, o tempo todo e em todo o lugar. Entre elas, com a mesma velocidade, intensidade e onipresença, estão as falsas, chefiadas e administradas pela já antiga entidade, a Mentira. Quem diria, ela, como um vírus, contaminou as tecnologias achando nelas a proteína perfeita para atingir o ser humano de maneira fácil, rápido e certeiro. E em massa.

 O “não darás falso testemunho” está entre os dez mandamentos que atravessaram milênios por serem universalmente aceitos como alguns dos poucos critérios de valor humano mínimo, que independem de etnia, idade, peso, posição econômica ou cor preferida. E ela continua lá, a mentira, grande ou pequena, inteira ou em pedaço, caminhando silenciosamente camuflada entre os Pecados Capitais, aqueles que são as fontes de todos os vícios, sabe?

É claro que nossa amiga (ou inimiga) mentira, sempre existiu desde que o homem é como o conhecemos. Com o surgimento das redes sociais após o advento da banda larga, a mentira se transformou no fenômeno da Fake News. E agora o ar esta todo contaminado, respiramos mais desinformação do que informação, como um vírus proliferando em redes digitais e plataformas como o WhatsApp (maior fonte de fake news), Instagram, Facebook, o blogue da menina da escola, e assim vai, ou vamos.

São pessoas e mais pessoas buscando exposição, consumindo e oferecendo conceitos, competindo pelos holofotes da visibilidade midiática e os ganhos derivados disso, eis a soberba e a inveja camufladas e atuantes. Até o senso público está competindo com as fake researches. A luxúria do sensacionalismo, viciosa pela sedução e exploração de vulnerabilidades ligadas a diversos aspectos humanos. A preguiça, dos que optam pela inação comunicativa.

A “mentira que tem pernas curtas”, é outra mentira! As informações falsas veiculadas pela Internet viajam mais rápido e vão mais longe. As postagens falsas são mais fascinantes e populares.

Às custas da natural necessidade humana de se comunicar para partilhas intersubjetivas, para instaurar os acordos de vivências e convivências, da boa vizinhança de quem divide a rua, a empresa, o restaurante, o país, o mundo, há a dependência da aprovação social e da confirmação de crenças, hoje como nunca antes, quase como uma sede.

Os sentimentos de pertencimento, essenciais ao tecido social, são realizados hoje por dispositivos que facilitam as interações sem relacionalidade. Somos produto do engajamento constante e incansável de milhões que metem em clickbaits (iscas de cliques) em prol de seus lucros diretos e indiretos, mentir é modelo de negócio, da engajamento, mas é só uma mentirinha.

Há uma proteína mais perigosa ainda, expressiva, responsável pela coleta de dados para tipificação de perfis de consumo e orientação ideológica relacionados por algoritmos a dados de localização de smartphones. Parece complicado, mas acredite, são transações diretas ou indiretas da CEO Mentira. Tipo um te observar para te manipular, falar o que você quer ouvir.

Tudo isso gera captações financeiras sem precedentes, talvez, a Fake News seja um dos Sete Pecados DO Capital. O algoritmo percebe seu gosto, suas tendências, crenças e necessidades através de suas buscas e navegações. Com esse banco de dados, ele sabe exatamente o que jogar em sua time line, ele sabe como pescar sua atenção, seu engajamento, sua compra. Esse Deus por traz do algoritmo, tem o poder de manipular qualquer informação fora do contexto para te agradar, convencer, influenciar.

O senso crítico é, de fato, a melhor e mais forte concorrente de mercado contra a fabricante de “Fake News Leves ou Pesadas”. Não dá mais para pensarmos apenas em alfabetização tradicional, é urgente investirmos na alfabetização digital. Ensinar e aprender o uso da internet de forma responsável, com discernimento, senso crítico e respeito para que o ambiente online seja civilizado, repito, pelo menos civilizado.

Vai consumir informação?

Verifique a fonte e a data da publicação: Quem falou? Quem está postando ou repostando? Quando? Não tire conclusões precipitadas com base apenas nos títulos, avalie o conteúdo todo, cheque os comentários de outras pessoas nele.

Se tem caráter alarmante, sensacionalista, se traz soluções únicas… desconfie. Observe se ele possui palavras em letras maiúsculas, exclamações, abreviações e excesso de adjetivos. A alta frequência de erros ortográficos também pode ser uma característica marcante em textos falsos. Desconfie se houver muitas opiniões e dados sem indicar a fonte. Se ainda restarem dúvidas, você pode consultar especialistas da área envolvida na informação.

As pistas para enxergar a mentira por trás da informação vai além do texto. Sites com nomes parecidos com os de veículos famosos e que não possuem informações de contato são suspeitos. Às vezes, os especialistas ou pesquisas “consultados” na informação passada, nem existem. É só dar um Google.

Cheque se a notícia saiu em algum outro jornal, revista ou site. Vale lembrar que um conteúdo falso nem sempre é 100% mentiroso. Às vezes é só um trecho usado fora de contexto a favor de um outro objetivo, ou uma matéria muito antiga compartilhada como nova. Essa manipulação é especialidade da Fake News e contribui para a desinformação.

No Facebook, é possível classificar o conteúdo suspeito como “falso”, basta clicar nos três pontinhos do canto direito da publicação. Compartilhe apenas se tiver certeza, pois compartilhar mentira é o mesmo que mentir. É importante ter responsabilidade na hora de divulgar informações.

Nascida em 10 de Janeiro de 1987, jornalista, escritora, empresária, pesquisadora na área de educação e filósofa… Espera, calma! Para um portal como esse, uma biografia ilesa, encaixada e padronizada não combina. Melhores serão informações um pouco mais simples, porém maiores. Vamos de novo:

Sou nascida na Lua Crescente. Capricorniana nata, terra em busca constante por água para fertilizar meu interior. Mulher de um amor maternal a sentir de longe. Descontrolada por vitaminas de abacate e ambrosia. Tenho medo de escuro até hoje. Sou comparada a um tsunami temperamental com genialidade para problemas e muita criatividade sentimental. Acredito em sereias, em bruxas e em pessoas – pois é, até em pessoas. Mudo de humor de acordo com a lua, me desconcentro facilmente, sou esquecida, brava, teimosa, amante do Outono e da Lua, e, agradecida por tudo.

Patrícia Volpe

Colunista - Filósofa, jornalista (Editora do Portal São Carlos EM CENA) e empresária

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