Longe de ser um fingidor, o poeta é um ‘sentidor’, assim como o é qualquer escritor. E para inaugurar essa inversão de horizonte, de fingidor para ‘sentidor’, exalto aqueles que andam nos guetos de seus corações, ateando fogo aqui em escritos do primeiro texto literário que foi IMPRESSO na história da civilização humana: A BÍBLIA.

Iniciada em 26 de fevereiro de 1455 e concluída apenas depois de 5 anos e a primeira impressão através de prensa com tipos móveis (invenção de Gutemberg), causaria uma revolução tecnológica e cultural que perdura até nossos dias.

Exalto aos queimadores dessa obra literária que toca os diversos sensores da impressão da alma humana, que revejam suas prensas e as atualizem, sentindo antes de se moverem por impulsos irracionais.

A Bíblia, suprema obra da literatura, informa-nos os hebreus, seus criadores, possui 4 tipos de entendimento contidos na palavra “PARAÍSO”, que no idioma hebraico em que o texto foi redigido translitera-se para o português com as consoantes PRDS (Pardès). Sejam os 4 sentidos de PRDS:

– P: oriunda da palavra hebraica que representa o sentido “literal”, a compreensão exterior do relato bíblico;

– R: provém da palavra que significa “insinuação”, é o sentido alegórico ou abstrato do texto;

– D: oriunda da palavra “ensinamento”, através do relato bíblico chega-se ao conhecimento daquilo que o Criador quer do ser humano e das relações humanas;

– S: vinda da palavra sod, chega-se ao “segredo” contido no texto bíblico, a revelação de todas as palavras que O Verbo Divino criador utilizou na Criação invisível e visível.

Sem fingimento, iluminemos os guetos de nossos próprios corações, caminhemos à luz das letras de nossos semelhantes e as juntemos ao texto do nosso papel. Pois letras são pedacinhos de luz que formam as palavras do enredo humano, expressões da alma de um como nós que, simplesmente, escreve.

Se vem de pensamento ou de sentimento, o escrito é um flash de quem escreveu, que pode iluminar o leitor, aceitando ou não o enredo segundo seu entendimento, que atiça o livre-arbítrio e aciona a liberdade de cada indivíduo.

 

Ton Jófer é escritor São-carlense, nascido em 1956, cuja carreira literária cedeu parde de sua existência à sobrevivência do autor como geólogo, atuante na área técnica de geologia de engenharia.
Misturando às letras, a espiritualidade, no ano de 2017, o autor debutou no mundo literário com o livro de poemas “Ecos da Alma”, em 2020 lançou seu primeiro romance “Cadafalso” e em 2021 o romance espiritualista “Íncubus – Sombras da Solidão”.
Os poemas e pensamentos do autor podem ser acessados em seu perfil no Facebook ou no Instagram.

Ton Jofer

Colunista - Literatura

1 Comentário

  1. Jose Alfredo

    Muito interessante sua reflexão na crônica: “Longe de ser um fingidor, o poeta é um ‘sentidor”, assim como o é qualquer escritor. E para inaugurar essa inversão de horizonte, de fingidor para ‘sentidor’, exalto aqueles que andam nos guetos de seus corações, ateando fogo aqui em escritos do primeiro texto literário que foi IMPRESSO na história da civilização humana: A BÍBLIA.
    Também vejo o poeta/escritor como uma antena que capta os mistérios da inspiração que lhe chegam como materia prima de seus textos. Realmente FINGIR não é natural do poeta/escritor! Mas, ele se reveste de um autêntico SENTIDOR de ideias, sensações, pensamentos, e inspirações, que moldam seu talento para se exprimir dentro das suas estrifes e versos! Ele esgrima com as palavras sua alquimia preparada no caldeirão da vida com os ingredientes das paixões! Excelente! Um fraternal abraço. Jose Alfredo.

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