Sabe quando algo ou alguém nos incomoda profundamente, que mexe com a gente de alguma forma? Em termos psíquicos, nossos pensamentos, sentimentos, sensações e intuições indicam aspectos “nossos” projetados “no outro”.

São conteúdos inconscientes que não foram integrados a consciência, sendo projetados principalmente nas relações entre às pessoas. Esses aspectos psicológicos projetados nos “outros” podem gerar incômodos, inveja, admiração, desejo, raiva, paixão, entre outros sentimentos e, consequentemente, comportamentos não necessariamente saudáveis, pois o que é projetado não foi assimilado pela consciência, estabelecendo relações de posse, dependência, obsessividade, submissão, dominação e até mesmo uma supervalorização do outro, entre inúmeros outros aspectos.

Podemos entender a maturidade como uma ampliação da consciência diante desses aspectos inconscientes para que deixem de ser projetados e passem a ser integrados pela consciência estruturando o ego, o representante central da consciência.

Uma das formas de desenvolver o autoconhecimento é entrar em contato com essas percepções e ampliar a consciência desses aspectos inconscientes projetados no outro e desenvolvê-los em nós mesmos, recebendo eles como recebemos um ilustre visitante. Buscar entender o porquê isso ou aquilo me incomoda tanto, me afeta tanto, o que será que estou espelhando? Assim evitamos essa “manobra psíquica”, deixando de estabelecer relações de dependência. Não é saudável depender exclusivamente do outro para me perceber, a saúde mental se dá pela autonomia e autogestão dos meus conteúdos internos.

Sejamos protagonistas, sejamos livres, para assim termos relações saudáveis, não perfeitas e sim completas.