ESTUDANTES DE BIOLOGIA DA USP CRIAM PLATAFORMA DE EDUCAÇÃO SEXUAL

Com linguagem acolhedora e acessível, web aplicativo é voltado ao público infanto-juvenil; material é dividido por faixa etária e estimula educação científica

Estudantes de graduação do curso de Biologia da USP desenvolveram uma plataforma digital de educação sexual. O Papilo pode ser acessado por computador e celular, neste link. Por ser responsivo, não é necessário instalar nenhum software.

Dividido em quatro seções, o portal aborda diversas temáticas sobre educação sexual, tendo crianças (a partir de 7 anos) e adolescentes (até 18 anos) como principal público-alvo. O material informativo apresenta conteúdos exclusivos e adota linguagens distintas, de acordo com a faixa etária. O projeto gerou, ainda, uma cartilha educacional sobre abuso sexual, que pode ser vista e baixada pela plataforma ou diretamente neste link. Todas as informações são baseadas e indicam fontes acadêmicas.

Ana Cristina Almeida da Silva, aluna de graduação em Ciências Biológicas, explica que o Papilo foi pensado, inicialmente, para ser um trabalho da disciplina “Introdução ao Ensino de Biologia”, que as estudantes tiveram no curso. “E logo despertou na equipe o desejo de que transcendesse a disciplina, tornando-se efetivamente uma plataforma de livre acesso para o público”, diz. Além dela, as alunas Donna Joe Farfan Hilares, Nicole Correia de Barros e Victória Pereira Leite de Sousa integram a equipe. 

“Educação sexual é central na formação dos cidadãos, devendo ser abordada em diferentes idades, com responsabilidade e sensibilidade”, afirma Suzana Ursi, professora de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da USP, diretora do Parque Cientec e coordenadora do projeto.

Segundo Suzana, é necessário ampliar o acesso a esse tema de maneira tecnicamente correta e informando sobre aspectos biológicos. “Mas, também considerando as perspectivas sociais e subjetivas que o tema exige, em abordagens mais sensíveis e inclusivas”, reforça.

“Também realizamos diálogos com profissionais que atuam na educação básica, visando ampliar nossa visão sobre a abordagem do tema, especialmente para os mais jovens”, conta Ana. 

 

Papilo

O nome do projeto faz referência à infecção sexualmente transmissível causada pelo HPV, o Papilomavírus Humano, que, apesar de possuir vacina, ainda é a IST mais prevalente do mundo, além de ser o fator mais fortemente relacionado ao câncer de colo de útero (sendo associado a 95% destes). Também faz referência ao teste de Papanicolau, um exame realizado como prevenção ao câncer do colo de útero, e, por fim, também apresenta semelhança com a palavra “papo”, no sentido de ser uma conversa descontraída.

De acordo com a equipe idealizadora do projeto, temas de educação sexual são abordados de maneira inadequada ou superficial para o público infanto-juvenil. Já aqueles conteúdos de qualidade, feitos por especialistas, podem não chegar ao público desejado.

Além de servir como recurso pedagógico, a plataforma busca inovar e estabelecer um processo de ensino-aprendizagem interativo. “Assim, o Papilo atua como mediador entre o conhecimento e o usuário, possibilitando que o indivíduo seja o agente ativo na construção de seu conhecimento”, explicam os organizadores.

Saiba mais:  http://www.papilo.com.br

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